Roteirista revela suas ideias originais para a motivação dos assassinos.
O site Dread Central desenterrou uma curiosidade interessante a respeito do primeiro filme da franquia Pânico (Scream, 1996), um dos longas de terror mais influentes da década de 1990. Segundo o site, que cita o roteirista Kevin Williamson como fonte, a ideia inicial no que se refere à motivação dos assassinos seria muito diferente. Atenção, spoilers à frente.
No final de Pânico, quando é revelado que os assassinos são Billy e Stu, a protagonista Sidney pergunta o motivo que os levou a matar tanta gente. Billy, que assim como todos naquele filme é aficionado por filmes de terror, responde primeiramente que “é muito mais assustador quando não há um motivo”. Porém, em seguida ele explica que tudo aquilo aconteceu porque mãe de Sidney teve um caso com o pai dele, o que levou ao desmantelamento da sua família.
Ao ouvir tudo aquilo, Stu parece surpreso, o que indica que nem ele sabia dessa motivação. Afinal, Stu não tinha um motivo óbvio para fazer o que fez. Ele simplesmente foi na onda do amigo. O que Kevin Williamson explica é que inicialmente a explicação terminaria naquela frase de Billy. As mortes realmente não teriam um motivo específico.
Entretanto, o roteirista optou por um meio termo, colocando um personagem com um motivo e o outro sem. Foi a maneira que encontrou de manter parte da sua ideia original, mas ao mesmo tempo não enganar o espectador. Vale lembrar, porém, que caso o conceito inicial tivesse sido levado adiante, isso mudaria drasticamente as sequências do filme, todas voltadas – de uma maneira ou de outra – para essa questão familiar.
Pessoalmente, eu gosto muito da maneira como o filme encerrou, porque por mais que seja apresentada uma motivação para os assassinatos, esse motivo é bastante banal, refletindo apenas a imaturidade de um jovem de classe média que não soube lidar com o divórcio dos seus pais. Essa é uma das muitas razões que faz com que eu goste tanto de Pânico.