O estúdio Universal divulgou um comunicado de imprensa no qual agendou a estreia de um filme de monstros ainda sem título para o dia 15 de fevereiro de 2019. Apesar do anúncio, o estúdio não entrou em mais detalhes sobre a produção, limitando-se apenas a falar o que todo mundo já sabia: que os projetos serão supervisionados pelos roteiristas Alex Kurtzman (franquia Star Trek) e Chris Morgan (franquia Velozes & Furiosos).
Esse filme de 2019 não será a primeira dessa nova leva de filmes de monstros produzidos pela Universal. Atualmente, uma nova versão de A Múmia está sendo filmada, com Tom Cruise no elenco e estreia marcada para 9 de junho de 2017. Além disso, o estúdio também tem agendado um filme para estrear em 13 de abril de 2018 (uma sexta-feira 13). Porém, também não foi divulgado nenhum detalhe a respeito desse outro filme.
O que pode acontecer com esse “Untitled Universal Monster Franchise Film” que foi anunciado agora é que ele seja uma espécie de Vingadores de monstros da Universal, que reuniria alguns dos personagens já estabelecidos nos filmes anteriores. Pode parecer estranho, mas o estúdio já tinha anunciado a sua vontade de fazer algo assim, e tal união não é inédita. Nas décadas de 1930 e 1940 esse tipo de mistura de personagens era bastante comum.
Sendo assim, o fato de quererem misturar os personagens não chega a ser um problema. O problema é mesmo o tom dos filmes. Nos últimos anos vimos desastres como Frankestein – Entre Anjos e Demônios, Drácula – A História Nunca Contada, e Victor Frankenstein, todos filmes que desvirtuaram os personagens e não entregaram resultados satisfatórios. A vantagem nesse caso é que, desses filmes, apenas o filme do Drácula foi produzido pela Universal. E como o longa não fez sucesso, é possível que apostem em uma temática diferente daqui em diante.
Os monstros da Universal tem um valor histórico muito grande para o cinema de terror. Foram eles que estabeleceram o gênero de terror no cinema. Na década de 1930, quando os EUA sairam de uma crise financeira que assolou o país, a maioria das produções optava por uma temática mais alegre – a época dos musicais – como forma de fazer o público esquecer dos problemas pelos quais estavam passando. A Universal foi na contramão disso, e optou em atingir essa catarse através do medo.
A estratégia deu certo, e durante 10 anos os monstros se proliferam no cinema, fazendo a fama dos seus intérpretes, como como Boris Karloff e Béla Lugosi. Porém, na década de 1940, com a guerra, um terror muito mais real passou a fazer parte do cotiano, e os monstros perderam o seu impacto. Eles continuaram a existir, mas sua força de assustar diminuiu em relação ao verdadeiro terror que acontecia do lado de fora. Os monstros da Universal foram explorados até se tornarem paródias deles mesmos. E depois, foram relegados ao ostracismo.
A Universal ainda fez uma tentativa de trazê-lo de volta em 2010, com o lançamento do problemático O Lobisomem. Quem sabe agora o negócio funciona. Contanto, é claro, que o estúdio se lembre das suas origens.