Reimaginação da Turma da Mônica traz referências aos filmes dos anos 1980.
Faz tempo que não publico nenhuma dica de leitura. Isso se deve ao simples fato de que não tenho tido muito tempo pra ler (o que é uma pena). Mas esse final de semana consegui separar um tempinho para uma leitura rápida, mas bastante agradável. Trata-se de Laços, nova publicação do projeto Graphic MSP, com releituras da Turma da Mônica em formato de graphic novel (a primeira foi Astronauta Magnetar, que pretendo ler em breve).
O conceito desse projeto é simples. Trazer nomes independentes da cena de quadrinhos nacional e dar a eles a oportunidade de escrever e desenhar uma história da Turma da Mônica. Para essa edição foram chamados os irmãos artistas Vitor Cafaggi e Lu Cafaggi, cujo trabalho anterior consistia em tiras e quadrinhos para a internet.
Os irmãos criam uma história envolvente e divertida, que ao mesmo tempo em que respeita o universo criado por Maurício de Sousa, não hesita em trazer elementos novos, como, por exemplo, ao mostrar como a turma se conheceu, no jardim de infância. A trama é totalmente inspirada em clássicos infanto-juvenis da década de 1980, e mostra a turminha se envolvendo em aventuras na floresta na tentativa de encontrar Floquinho, o cachorro do Cebolinha.
Contando com um visual completamente diferente dos personagens principais (além de participações de outros personagens do universo da Turma da Mônica), a HQ apresenta ainda referências claras a filmes como Os Goonies (1985), cuja trama em muito se assemelha a essa história aqui. É interessante notar também como são inseridas citações menos convencionais, como o “Guerreiros, saiam para brincar“, visto em The Warriors – Os Selvagens da Noite (1979), além do uso de elementos narrativos como flashbacks e inserções metalinguísticas (como é o caso da história na fogueira, onde o protagonista é o próprio Maurício de Souza).
Ao final, Laços consegue fazer uma junção perfeita entre esse universo cinematográfico oitentista e a narrativa clássica da Turma da Mônica, tornando-se assim uma ótima dica para quem cresceu assistindo ao primeiro e lendo o segundo.