GARCÍA

(idem – Colômbia – 2010)

Direção: Jose Luis Rugeles
Roteiro: Diego Vivando
Elenco: Damian Alcazar, Fabio Ivan Restrepo, Margarida Rosa de Francisco, Vitor Hugo Morant, Rui Rezende, Giulio Lopes.
García é um vigilante de uma fábrica em Bogotá que sonha em morar no campo com sua Amália (Margarida Rosa de Francisco), sua esposa. Para isso ele economiza a vida inteira e pega um empréstimo com seu patrão, visando dar entrada na sua casa dos sonhos: um barraco caindo aos pedaços no meio do nada. O que parecia um futuro perfeito – pelo menos para García, já que sua mulher não gostava nem um pouco da idéia – desmorona quando sua amada é sequestrada.
Após alguns tensos momentos de espera, o sequestrador finalmente faz contato e exige que García arranje uma arma e utilize-a para matar uma mulher inocente. Sem saber o que fazer, o pobre segurança pede ajuda à Gomes (Fabio Ivan Restrepo), um ex-policial que acaba atrapalhando mais ainda. Em meio a toda essa confusão, os dois ainda acabam se envolvendo com uma dupla de traficantes brasileiros (Rui Rezende e Giulio Lopes que se comunicam em um divertido “portunhol”).
O que tinha potencial para se tornar uma aventura policial barata, aqui se transforma (acertadamente) em uma comédia de erros. Nada, mas absolutamente nada, deve ser levado a sério. Do roteiro completamente redondo que, apesar das reviravoltas, não deixa nenhuma margem e faz tudo se encaixar perfeitamente (em alguns casos, literalmente, como numa certa fotografia); até a direção sem grandes preciosismos de Jose Luis Rugeles – fazendo aqui a sua estréia no comando de um longa-metragem. Nesse universo forçado, até mesmo as atuações canastronas, principalmente de Restrepo, funcionam perfeitamente nessa narrativa exagerada.
O grande destaque, porém fica por conta da atuação carismática de Damian Alcazar (As Crônicas de Nárnia – O Príncipe Caspian) no papel título. Fazendo de seu Garcia alguém tão feliz com sua vida e sua rotina que é incapaz até mesmo de perceber a infelicidade (e possível infidelidade) da sua mulher; o ator mexicano conquista a simpatia do público já no início da projeção. Ao final, García é um filme curto, divertido, passageiro e esquecível. Mas que nunca se propôs a ser nada mais que isso.

Nota:(Bom) por Daniel Medeiros


Para ler mais sobre o 39º Festival de Cinema de Gramado, clique aqui.