Crítica | É o Fim

Seth Rogen e Evan Goldberg são responsáveis por algumas das melhores comédias dos últimos anos. São deles os roteiros de Superbad – É Hoje e Segurando as Pontas (ambos protagonizados por Rogen), entre outros títutlos. É o Fim marca a primeira incursão dos dois na função de diretores e, apesar de alguns bons momentos, serve mais para comprovar que eles são melhores roteiristas do que cineastas.

Escrito pela dupla, com base no curta Jay and Seth vs. The Apocalypse, de Jason Stone, o filme mostra um grupo de conhecidos comediantes interpretando caricaturas deles mesmos. A trama acompanha o ator Jay Baruchel (Ela É Demais pra Mim), que chega a Los Angeles para visitar o amigo Seth Rogen e acaba indo parar numa festa na casa de James Franco (Oz: Mágico e Poderoso), onde fica preso após o apocalipse ter início.

As piadas internas e a interação entre os atores geram alguns momentos engraçados, mas eles exigem muito conhecimento prévio para total entendimento das referências – eu não fazia ideia de que Rogen e Baruchel eram amigos no Canadá, e essa é uma informação importante para o desenvolvimento da trama. Ainda assim, é divertido ver alguns dos seus artistas favoritos interpretando versões bizarras deles próprios – o Michael Cera cocainômano é hilário.

Curiosamente, a maior qualidade de É o Fim é também o seu maior defeito. Ao colocar o ator Jay Baruchel no centro da trama, automaticamente se estabelece um olhar de fora daquele mundo hollywoodiano, um olhar com o qual o público pode se identificar. E por mais que isso seja uma decisão acertada do ponto de vista narrativo, ela se revela equivocada, uma vez que Baruchel é, sem dúvidas, o elo mais fraco daquele grupo. E não consigo deixar de pensar como seria mais interessante se o filme se tivesse investido mais naqueles personagens que são mortos na primeira meia hora de projeção.

Como diretores, Rogen e Goldberg mostram-se bastante limitados. Apesar de algumas composições interessantes – como ao colocarem os três atores de Superbad juntos, interagindo no mesmo plano –, na maior parte do tempo eles se limitam a manter a câmera rodando para incentivar o improviso, o que prejudica (e muito) o ritmo da narrativa. Como resultado, sobram piadas sobre ejaculação e faltam momentos realmente engraçados – como a cena da continuação de Segurando as Pontas.

Concluindo, É o Fim é um filme divertido no seu conceito, mas falho na sua execução. É indicado para quem gosta dos trabalhos estrelados por Rogen e sua trupe, mas também não deixa de ser um dos exemplos mais fracos dessa filmografia.

(This is the End – Comédia – EUA – 2013 – 107 min.)
Direção: Evan Goldberg e Seth Rogen
Roteiro: Evan Goldberg e Seth Rogen
Elenco: Seth Rogen, Jay Baruchel, James Franco, Craig Robinson, Jonah Hill, Danny Mcbride, Michael Cera, Emma Watson, Rihanna, Paul Rudd, Christopher Mintz-Plasse.