Ficção científica da Netflix é o ponto mais baixo na carreira de Duncan Jones.
Sinopse: Em um futuro próximo, um homem mudo de origem amish (Alexander Skarsgård) procura por sua namorada desaparecida no impiedoso submundo de Berlim, onde atitudes valem muito mais do que palavras. Em sua busca, seu caminho acaba se cruzando com o de Cactus Bill (Paul Rudd), um médico que desertou do exército americano e tenta voltar para casa junto com a sua filha pequena.
Resenha: É uma ingrata surpresa perceber que um cineasta como Duncan Jones, que teve um início de carreira tão promissor (com a ótima ficção científica Lunar), tenha decaído mais e mais a cada novo trabalho. E, seguindo essa lógica, como este Mudo é seu mais recente trabalho, é também o seu pior filme. Jones não consegue estabelecer uma lógica na sua narrativa, que depende demais de coincidências improváveis para funcionar, e seus personagens não causam qualquer empatia no público, fazendo com que não nos importemos com os destinos deles. Mais do que isso, o diretor/roteirista sequer explora bem alguns dos elementos que ele próprio aponta como importantes, como o fato do protagonista ser amish ou o fato dele ser mudo, e prolonga o filme por mais tempo do que necessário, mesmo após a resolução do conflito principal. Embora o visual de “Mudo” tenha lá o seu atrativo, com sua uma tentativa de emular um clima neo-noir fotografado com luz neon, ele soa apenas como uma cópia mal-feita de Blade Runner. Fico esperançoso, porém, pois agora que Jones já chegou no fundo do poço ele só tem a melhorar, certo?
Título: Mudo
Direção: Duncan Jones
Roteiro: Duncan Jones e Michael Robert Johnson
Elenco: Alexander Skarsgård, Paul Rudd, Justin Theroux.
Gênero: Ficção Científica
País: EUA/Alemanha
Ano: 2018
Título original: Mute
Nota: ⭐⭐