Chega a ser contraditório
que a Universal insista em transformar “Velozes & Furiosos” numa franquia
cada vez mais longínqua, ao mesmo tempo em que produzem esse “Velozes &
Furiosos 6”. Juntando quase todos os personagens vistos ao longo dos últimos
filmes, e fechando praticamente todas as pontas soltas, o novo longa de Justin
Lin (que assumiu a série a partir do terceiro episódio) funciona muito melhor
como um capítulo final do que como mais um “to be continued”. Nesse sentido,
frases como “até a próxima vez”, e uma cena durante os créditos, soam como uma
tentativa exagerada de explorar ao máximo uma história que, pelo que é visto
aqui, já deu tudo o que tinha que dar.
que a Universal insista em transformar “Velozes & Furiosos” numa franquia
cada vez mais longínqua, ao mesmo tempo em que produzem esse “Velozes &
Furiosos 6”. Juntando quase todos os personagens vistos ao longo dos últimos
filmes, e fechando praticamente todas as pontas soltas, o novo longa de Justin
Lin (que assumiu a série a partir do terceiro episódio) funciona muito melhor
como um capítulo final do que como mais um “to be continued”. Nesse sentido,
frases como “até a próxima vez”, e uma cena durante os créditos, soam como uma
tentativa exagerada de explorar ao máximo uma história que, pelo que é visto
aqui, já deu tudo o que tinha que dar.
Escrito novamente por
Chris Morgan, o roteiro acompanha a equipe vista em “Operação Rio” vivendo
tranquilamente depois do lucro obtido no seu último assalto. Mas apesar das
mansões na beira da praia e nenhum risco de extradição, Dominic Toretto (Vin
Diesel) e Brian O’Conner (Paul Walker) ainda não se sentem confortáveis, uma
vez que não podem voltar para os EUA. A oportunidade surge quando o agente Luke
Hobbs (Dwayne Johnson), acompanhado da sua bela assistente Riley (Gina Carano),
propõe que Dom e sua equipe os ajudem a capturar Shaw (Luke Evans), um
criminoso internacional que planeja um golpe em Londres. Em troca da ajuda,
Toretto e sua equipe ganhariam perdão total por seus crimes, e isso também
daria a chance de Dom se aproximar de Letty (Michelle Rodriguez), sua antiga
namorada, dada como morta no quarto filme e que agora reapareceu trabalhando
com Shaw.
Chris Morgan, o roteiro acompanha a equipe vista em “Operação Rio” vivendo
tranquilamente depois do lucro obtido no seu último assalto. Mas apesar das
mansões na beira da praia e nenhum risco de extradição, Dominic Toretto (Vin
Diesel) e Brian O’Conner (Paul Walker) ainda não se sentem confortáveis, uma
vez que não podem voltar para os EUA. A oportunidade surge quando o agente Luke
Hobbs (Dwayne Johnson), acompanhado da sua bela assistente Riley (Gina Carano),
propõe que Dom e sua equipe os ajudem a capturar Shaw (Luke Evans), um
criminoso internacional que planeja um golpe em Londres. Em troca da ajuda,
Toretto e sua equipe ganhariam perdão total por seus crimes, e isso também
daria a chance de Dom se aproximar de Letty (Michelle Rodriguez), sua antiga
namorada, dada como morta no quarto filme e que agora reapareceu trabalhando
com Shaw.
Relembrando o restante da
série durante toda a projeção, através de diálogos, citações e até uma retrospectiva
durante os créditos iniciais, fica clara a ideia do roteirista de criar uma
história interligada com toda a franquia. Entretanto, essa ideia acaba
funcionando apenas na teoria, uma vez que essas ligações parecem um tanto
forçadas – exemplo disso é a sequência em que Brian vai até os EUA em busca de
informações sobre o vilão, informações essas que ele podia conseguir de maneira
bem mais simples e sem tanto risco. Igualmente ineficaz é a decisão de Morgan
de apenas explicar, através de diálogos, o que o chip que o vilão busca é capaz
de fazer. Sem uma demonstração visual do poder daquela arma, e do perigo que
ela representa, o tal chip acaba se tornando um elemento narrativo fraco e
ineficaz.
série durante toda a projeção, através de diálogos, citações e até uma retrospectiva
durante os créditos iniciais, fica clara a ideia do roteirista de criar uma
história interligada com toda a franquia. Entretanto, essa ideia acaba
funcionando apenas na teoria, uma vez que essas ligações parecem um tanto
forçadas – exemplo disso é a sequência em que Brian vai até os EUA em busca de
informações sobre o vilão, informações essas que ele podia conseguir de maneira
bem mais simples e sem tanto risco. Igualmente ineficaz é a decisão de Morgan
de apenas explicar, através de diálogos, o que o chip que o vilão busca é capaz
de fazer. Sem uma demonstração visual do poder daquela arma, e do perigo que
ela representa, o tal chip acaba se tornando um elemento narrativo fraco e
ineficaz.
Além disso, a tentativa do
roteiro de inserir piadas durante toda a trama é forçada e, principalmente, sem
graça. Em situações isoladas, como Roman (Tyrese Gibson) pedindo moedas para a
máquina de chocolates durante a explicação do plano, ou o fato de apelidarem
Hobbs de “Thor Samoano”, esse humor até funciona; mas durante o restante da
narrativa ele acaba atrapalhando, uma vez que ocupa um tempo desnecessariamente
longo – como é o caso da cena em que dois personagens fazem um vendedor de
carros tirar a roupa (!). E mais, o humor em alguns momentos é tão apelativo
que quase chega a ser uma ofensa aos ouvidos do público, como na hora em que um
policial vê Hobbs espancando um sujeito na sala de interrogatório e pergunta:
“Isso é legal?”.
roteiro de inserir piadas durante toda a trama é forçada e, principalmente, sem
graça. Em situações isoladas, como Roman (Tyrese Gibson) pedindo moedas para a
máquina de chocolates durante a explicação do plano, ou o fato de apelidarem
Hobbs de “Thor Samoano”, esse humor até funciona; mas durante o restante da
narrativa ele acaba atrapalhando, uma vez que ocupa um tempo desnecessariamente
longo – como é o caso da cena em que dois personagens fazem um vendedor de
carros tirar a roupa (!). E mais, o humor em alguns momentos é tão apelativo
que quase chega a ser uma ofensa aos ouvidos do público, como na hora em que um
policial vê Hobbs espancando um sujeito na sala de interrogatório e pergunta:
“Isso é legal?”.
Das novidades do elenco,
Luke Evans aparece contido, sem ter muito espaço para desenvolver seu vilão.
Gina Carano é quem chama mais a atenção ao empregar seu conhecimento de MMA nas
cenas de luta. Já o restante do elenco continua igual ao que já foi visto
antes, inclusive (e principalmente) no desenvolvimento raso dos seus
personagens. Pessoalmente, sempre achei o Brian O’Conner de Paul Walker um
tanto irritante, devido à sua constante submissão à Toretto. Em certo momento
da projeção ele até parece finalmente se impor e decide fazer algo sozinho, o
que determinaria certa coragem e independência. Mas tudo vai por água abaixo
quando, antes de tomar a decisão, ele olha para Dom, como uma forma de pedir permissão.
E o fato do diretor mostrar esse tipo de situação só confirma a minha teoria de
que Brian só se casou com Mia Toretto (Jordana Brewster) para poder ficar mais
perto de Dom.
Luke Evans aparece contido, sem ter muito espaço para desenvolver seu vilão.
Gina Carano é quem chama mais a atenção ao empregar seu conhecimento de MMA nas
cenas de luta. Já o restante do elenco continua igual ao que já foi visto
antes, inclusive (e principalmente) no desenvolvimento raso dos seus
personagens. Pessoalmente, sempre achei o Brian O’Conner de Paul Walker um
tanto irritante, devido à sua constante submissão à Toretto. Em certo momento
da projeção ele até parece finalmente se impor e decide fazer algo sozinho, o
que determinaria certa coragem e independência. Mas tudo vai por água abaixo
quando, antes de tomar a decisão, ele olha para Dom, como uma forma de pedir permissão.
E o fato do diretor mostrar esse tipo de situação só confirma a minha teoria de
que Brian só se casou com Mia Toretto (Jordana Brewster) para poder ficar mais
perto de Dom.
Ainda assim, a franquia
“Velozes & Furiosos” nunca foi conhecida por causa dos dramas pessoais dos
seus personagens ou pelas tramas bem amarradas, mas sim pela ação. E nesse
sentido, é também um pouco decepcionante que, depois de um capítulo tão bem acabado
quanto o “Operação Rio”, o diretor Justin Lin ache que a melhor maneira de
comandar essa continuação é aumentando tudo (inclusive a suspensão da
descrença). Pessoas são arremessadas pelos seus carros de um lado ao outro de
uma ponte, tanques no meio de uma rodovia e carros perseguem um avião (!), tudo
isso aparece aqui.
“Velozes & Furiosos” nunca foi conhecida por causa dos dramas pessoais dos
seus personagens ou pelas tramas bem amarradas, mas sim pela ação. E nesse
sentido, é também um pouco decepcionante que, depois de um capítulo tão bem acabado
quanto o “Operação Rio”, o diretor Justin Lin ache que a melhor maneira de
comandar essa continuação é aumentando tudo (inclusive a suspensão da
descrença). Pessoas são arremessadas pelos seus carros de um lado ao outro de
uma ponte, tanques no meio de uma rodovia e carros perseguem um avião (!), tudo
isso aparece aqui.
E isso pode até ser
suficiente para uma parcela do público que se interessa apenas por carros
potentes, mulheres bonitas e explosões (nesse caso, esse público estará muito bem
servido). Mas, analisando friamente, se a série “Velozes & Furiosos” fosse
colocada num gráfico, o quinto filme com certeza representaria o ápice da
franquia, enquanto esse novo filme ilustraria o início de uma descida. Pode não
ter chego ainda no mesmo nível de “+ Velozes + Furiosos”, mas isso não quer
dizer muita coisa.
suficiente para uma parcela do público que se interessa apenas por carros
potentes, mulheres bonitas e explosões (nesse caso, esse público estará muito bem
servido). Mas, analisando friamente, se a série “Velozes & Furiosos” fosse
colocada num gráfico, o quinto filme com certeza representaria o ápice da
franquia, enquanto esse novo filme ilustraria o início de uma descida. Pode não
ter chego ainda no mesmo nível de “+ Velozes + Furiosos”, mas isso não quer
dizer muita coisa.
(Fast & Furious 6 – Ação – EUA – 130 min.)
Direção: Justin Lin
Roteiro: Chris Morgan
Elenco: Vin Diesel, Paul Walker, Dwayne Johnson, Jordana Brewster, Michelle Rodriguez, Tyrese Gibson, Sung Kang, Gal Gadot, Ludacris, Luke Evans, Gina Carano.