Próximo filme do diretor de A Bruxa será mesmo remake de Nosferatu

Após ser lançado ao estrelato com o incrível A Bruxa, o cineasta norte-americano Robert Eggers vai se arriscar em outro projeto de terror. Dessa vez, porém, ele vai mexer com um verdadeiro clássico do gênero. Em entrevista ao podcast Filmmaker Toolkit, Eggers afirmou que seu próximo trabalho será mesmo o remake do clássico Nosferatu (Nosferatu, eine Symphonie des Grauens, 1922), de F.W. Murnau.

O projeto já está em andamento há algum tempo, mas Eggers demorou para definir este como seu próximo filme. “Parece feio e blasfemo e egomaníaco e repugnante para um cineasta no meu lugar fazer Nosferatu em seguida”, afirmou ele. “Eu estava realmente pensando em esperar um pouco, mas é assim que o destino se sacudiu”.
Este é um projeto bastante pessoal para Eggers, que contou que na sua infância viu uma foto do ator Max Schreck como o Conde Orlok num livro e ficou tão interessado que fez sua mãe dirigir até uma locadora em outra cidade para conseguir uma cópia do filme. Algum tempo depois, quando tinha 17 anos, ele dirigiu uma adaptação da história para o teatro. Feita com estética expressionista, a peça chamou tanta atenção que ele foi chamado para reencená-la profissionalmente.
Adaptação não autorizada do livro Drácula, de Bram Stocker, Nosferatu conta a história de Hutter, um agente imobiliário que viaja até os Montes Cárpatos para vender um castelo no Mar Báltico cujo proprietário é o excêntrico conde Graf Orlok, que na verdade é um milenar vampiro que, buscando poder, se muda para Bremen, Alemanha, espalhando o terror na região. Curiosamente quem pode reverter esta situação é Ellen, a esposa de Hutter, pois Orlok está atraído por ela.
O longa já ganhou um remake, intitulado Nosferatu – O Vampiro da Noite (1979) e dirigido por Werner Herzog, que não se empalidece em nada em relação ao original. No remake, Herzog conseguiu imprimir toda a sua identidade e criou uma obra ímpar. Robert Eggers já apresentou um estilo bastante característico em A Bruxa, misturando a narrativa clássica com uma estética ao mesmo tempo bela e o grotesca. Isso me deixa extremamente curioso para ver o que ele pode fazer com um material tão rico quanto este.